segunda-feira, 20 de junho de 2022

Recordar é viver.

 Amigos do meu blog.

Um forte abraço a todos.

Hoje quero contar um pouco da minha vida entre os anos 70 e 80. Em 1973 mais precisamente no dia 27.12.73 eu dei baixa do Quartel da Lapa, onde lá passei um ano a disposição da defesa da minha pátria, mas sobre isso vou postar outro dia, o que realmente quero falar é sobre a minha queda por instrumentos de percussão.

Desde a minha infância, eu sempre gostei de tocar instrumentos de percussão, tanto é, que o meu pai me presenteou quando eu ainda tinha menos de dez anos,  com uma espécie de TAROL, ele era de lata, eu dei tanta pancada no coitado que ele chegou a furar em pouco tempo. Eu era conhecido  pela vizinhança como o guri barulhento, tudo o que via era motivo para estar tamborilando.

O tempo foi passando eu ingressei no Ginásio Estadual Duque de Caxias, no ano de 1965, quando eu tinha 11 anos de idade, aí começou a minha luta para ingressar na Fanfarra do ginásio a qual tinha como maestro o nosso inesquecível Paulo Stencel. A fanfarra já tinha os seus componentes os quais eram digamos assim, donos da posição, lembro de alguns, como  o Odilon Santos o qual tocava o bumbo, aquele instrumento que ficava na frente da fanfarra e ditava o ritmo, no repique tinha o Purga, o Tiquinho, esses caras eram feras e tantos outros que não lembro, os quais faziam a alegria da comunidade  nos dias de desfiles. Naquele tempo só tinha a fanfarra do ginásio, (Duque de Caxias), tinham que tocar o desfile para todas as escolas. 

Eu não via o dia em que o Seu Paulo Stencel me convidaria para fazer um teste no repique, esse era o meu sonho de consumo, tocar o repique, mas sabia que a luta era ferrenha, pois além de já ter os donos da posição, tinha os filhinhos de papai que para esses eu perderia de goleada na conquista da vaga, a fanfarra ia ensaiar eu tava lá de olho nos caras, até que chegou a minha vez, o Seu Paulo me convidou para tocar um dos instrumentos de percussão, A CAIXA, que na verdade era o tarol, naquela época não sabíamos teoria nenhuma de instrumento nem sequer de música, o nosso negócio era fazer o ritmo para os alunos MARCHAREM, bater o pé direito no chão, mais forte do que o esquerdo.

Depois de muitos ensaios,  Seu Paulo me deu a oportunidade de participar da fanfarra, eu quase não dormi no noite do dia em que recebi a notícia, pois eu concorria com um filho de dentista, mas o ritmo estava no meu sangue, e ali eu pude perceber  que  se  você tem habilidade, nenhum filhinho de papai tira o teu lugar em nada na vida, e lá fui eu tocar no desfile do dia 7 de setembro, A CAIXA DE GUERRA, não era o que eu queria, pois ele tem um ritmo só durante o todo o tempo, eu queria algo mais empolgante, pois sabia que podia tocar e ajudar a fanfarra a fazer bonito no desfile. No ano seguinte fui escalado para entrar no grupo dos tocadores de repiques, era um tarol, digamos assim, mais agudo, mais barulhento, a caixa era mais grave. Recebi o repique do componente Purga, o qual já tinha saído da escola e deixado a fanfarra, era tudo o que eu queria. O repique era minusculo, tinha no máximo 20 cm de diâmetro, quando o correto era de 30 cm para mais,  então eu mais batia as baquetas nas suas laterais do que propriamente no couro, mas eu sabia que tinha que mostrar a pouca habilidade que eu tinha naquela época, se quisesse ingressar naquele grupo seleto, dos quatro elementos que tocavam o repique, pois eles que faziam as batidas diferentes dos demais instrumentos de percussão, davam digamos assim o colorido no som da fanfarra.  

Se não me falha a memória, toquei por 3 anos seguidos, quando um belo dia apareceu o Cabo Melo do Quartel da Lapa, para ensinar outras batidas para a nossa fanfarra, e por força do destino ele precisava de um CAIXA MOR, aquele que iria dar as entradas nas mudanças de batidas durante o desfile, e o escolhido foi yo, pensem na dor de barriga que me deu, pensei, se eu errar aqui a fanfarra atravessa o ritmo e vamos todos para o buraco, mas eu tinha confiança no taco, e o Cabo Melo começou a me ensinar os macetes e os toques diferentes, e eu treinava sozinho para gravar os toques, e lá fomos nós com o grupo e ensaios atrás de ensaios, quando eu estava em casa eu mentalizava os toques, ia marchando e assim eu peguei a coisa e no primeiro desfile, graças a Deus deu tudo certo e nós fizemos bonito, eu era o responsável pelas mudanças de toques, então, tinha que ser cem por cento certo senão, senão... 

Uma das tantas lembranças daquela época memorável foi quando eu tentei identificar a minha blusa do uniforme da fanfarra, era um pano vermelho forte com botões dourados, nós não podíamos levar a blusa nem o quepe para casa, vejam na foto abaixo o nosso uniforme, (foto em preto e branco), a escola dava o quepe e a blusa, o restante  nós tínhamos que comprar, bem voltando a identificação da blusa, eu por inocência escrevi com caneta azul meu nome com letras bem grande para que ninguém pegasse aquilo que servia para mim, mas acabei escrevendo o nome na gola na parte de fora ao invés de ser por dentro, e o meu nome ficou aparecendo, coisa horrível que ficou, atitude de jovem que não tinha ideia para as coisas. 

O tempo foi passando, eu aprendi a trocar as peles dos tambores, eram de pele de animais, creio que do porco, hoje são materiais mais resistentes e que produzem som de melhor qualidade. Lembro que tínhamos que deixar a pele imersa em água fria por várias horas, para depois colocá-las nos instrumentos de percussão, hoje, acredito que se furar uma pele de um instrumento, a nova já vem pronta de fábrica e só substituir no instrumento.   

Abaixo uma foto, ainda em preto e branco, uma das poucas recordações em documento que tenho, o maestro era o Sr. Edival Antonio Ribeiro, (in memorian),  carinhosamente chamado  de Edi, eu sou aquele franzino em destaque bem na direita da foto, ela foi tirada na frente a igreja matriz aqui de São Mateus do Sul-Pr. Ótimas recordações, nós eramos muito felizes. 




sexta-feira, 17 de junho de 2022

Troca de Experiências-COMPOSTAGEM-CASA FAMILIAR RURAL.



 Amigos do meu blog.

Vamos a mais uma postagem, agora na Casa Familiar Rural em São Mateus do Sul-Pr.

A Casa Familiar Rural é lugar de estudo, aprendizado, conhecimento e prática. Ela deixa de ser uma escola, é uma casa onde todos compartilham das mesmas idéias, buscam interagir, aprimorar e transmitir tudo o que se sabe, buscando sempre o melhor para o ecosistema. 

Tive  a oportunidade de fazer um encontro com os alunos daquela entidade, e queria aqui externar meus sinceros agradecimentos as professoras Sirlei e Graziele pelo convite e espero ter contribuído para a melhoria do nosso ecosistema. Muito obrigado pelos presentes, as geleias, a garrafa para água e a camiseta, vou degustar e usar com muito prazer. 

Sou cônscio de que o nossas atitudes com relação a compostagem, é um trabalho formiguinha, mas não podemos desanimar nunca, se cada vez que reunimos um grupo de alunos para falar sobre o assunto, e aí surgirem alguns interessados no desenvolvimento do projeto e assim o fizerem, já estamos atingindo os nossos objetivos, mesmo que de forma minúscula.  

Foi realizado um encontro em duas turmas, a primeira no dia 02.6.2022 com  37 alunos do primeiro ano do  curso de Técnico Agrícola   e a segunda turma no dia  09.6.2022 com  19 alunos do segundo e terceiro ano   do Curso Técnico em Agroecologia com idades entre 14 e 16 anos.

Por tratar-se de filhos de agricultores, pudemos observar o grande interesse da maioria dos alunos participantes, quanto o assunto que estávamos expondo, o que já não acontece quando levamos o assunto compostagem em outras entidades que são frequentadas por pessoas mais ligadas com o meio urbano. 

Quando realizamos os encontros, procuramos exclusivamente demonstrar a maneira prática de se fazer compostagem, que é o método de transformarmos RESÍDUOS ORGÂNICOS em COMPOSTO ORGÂNICO da mais alta qualidade, além de aproveitarmos o CHORUME, liquido que se acumula durante o processo. Procuramos também, aproveitar o momento ESCOLA, para passar um pouco da nossa experiência em outras áreas as quais tivemos a oportunidade de trabalhar.  pois as pesquisas sempre apontaram que a ESCOLA  é o caminho para discutir de maneira positiva os projetos de interesse da comunidade em geral. A  compostagem não necessita de grandes exigências tecnológicas, eu procuro usar materiais que possuem um baixo custo para aquisição, quanto alguns, nem custo tem, pois são reutilização de baldes de plásticos que normalmente vão para os recicláveis. É claro, existe caixas próprias para compostagem, mas que são na verdade muito caras para adquirirmos, a ideia é implantar projetos que não onerem ainda mais o bolso dos interessados. 

Sempre deixamos nossos contatos para aqueles que desejam conhecer mais tecnicamente o que é a compostagem, mas na verdade, precisamos de ações práticas, evitando assim o envio dos resíduos orgânicos aos nossos lixões os quais estão quase entrando em colapso. 

Abaixo algumas fotos do nosso encontro, um forte abraço a todos e até a nossa próxima postagem 

Primeira turma em 2.6.22








Segunda turma em 9.6.22